#FILMOTECA# - "The Curse Of Sleeping Beauty" | "A Maldição da Bela Adormecida" (2016)
Sinopse: Thomas Kaiser herda uma grande mansão de sua família, pertencente aos Kaiser há muitas e muitas gerações. No entanto, Thomas logo percebe que existe algo errado com a propriedade e as respostas para suas questões vem na forma de uma maldição milenar da qual ele não poderá escapar.
Se você acha que já assistiu a deturpações demais sobre a famosa história da garota que dorme e é acordada com o beijo mágico de um príncipe... Achou errado. Eis aqui mais um exemplar que coloca a história da bela adormecida como o pilar central de um filme que tenta fazer uma mistura desesperada entre horror, fantasia e suspense (um mix bem inusitado para esse tipo de história infantil) que não é nada menos do que desastrosa!
Logo quando o filme começa, o público é apresentado a um devaneio mental do protagonista onde o mesmo encontra-se em um deserto onde existe uma "tenda" em que a mocinha indefesa se encontra. Chegando próximo a ela para beijá-la, ele se distrai com algo e não completa o "ritual". Esse é o sonho que mais atormenta o rapaz (motivo esse que o leva para consultas terapêuticas) e o começo de um pesadelo para o público, porque a partir daí, a história vai de mal a pior.
Iniciando pela indecisão em não saber optar pelo horror, pelo suspense ou pela fantasia (ou pelo equilíbrio dos três gêneros, que parece ser mais a pegada do filme), o roteiro tenta atirar para todos os lados e, com isso, tenta agradar desesperadamente os telespectadores... Mas o resultado - nem de longe - surte o efeito esperado, porque além de tudo ser uma bagunça bem amarga de ser assistida, a sensação de frustração que fica ao término do filme é muito forte. Em síntese, quase 90 minutos irrecuperáveis.
O conto de fadas toma proporções estranhamente góticas sem a menor razão de ser, sendo apenas um pretexto meramente bobo para tentar criar algo mais arrojado e fora dos padrões a partir de uma história já tão conhecida do público (que nesse caso, não ajudou em nada nessa tentativa desesperada em criar algo "diferentão").
Os argumentos que os roteiristas tentam apresentar ao público não justifica, em momento algum, os acontecimentos que vão desastrosamente construindo uma trama sem a menor inspiração de algo novo (com exceção do aspecto técnico relacionado a parte visual, tem um trabalho apurado da parte de fotografia e direção de arte) e que de tão mal executada, revelam a despreocupação por parte dos roteiristas em tentar escrever algo minimamente decente.
Nada nesse filme conversa entre si. A narrativa é pretenciosa demais e tenta ser maior do que na verdade é, a abordagem do roteiro é incrivelmente superficial ao apresentar o panorama geral do filme (a carência de respostas é imensa e isso torna-se algo muito irritante a medida em que a trama vai "evoluindo"), o elenco é extremamente amador (não há a menor conexão entre eles, que aliás, dão vida a personagens tão ruins quanto suas respectivas interpretações) e nem os efeitos especiais/visuais (que supostamente deveriam ser o ponto forte do filme) funcionam... Muito pelo contrário, esse último aspecto chega até, a ser inferior aos demais problemas.
No entanto, existe um lapso de coerência em relação ao argumento da finalização no que diz respeito ao clímax porque existe uma tentativa de apresentar uma perspectiva nova sobre o conto de fadas, e nisso, o final do terceiro ato - apesar de ser monstruosamente vago - consegue ser levemente eficiente, porque consegue passar uma única mensagem interessante, mas por outro lado, não consegue suprir tantos erros e furos de uma história mal escrita e mal contada.
Pearry Reginald Teo é um dos grandes culpados também, porque o seu trabalho na cadeira da direção é tão ruim e tão desleixado (chamar de "amador" seria até um baita elogio) que torna as coisas bem piores do que elas realmente poderiam ter sido (caso houvesse um comprometimento maior na condução do trabalho... porque aí, talvez com um tratamento diferente, o resultado fosse outro).
Simplificando tudo: A Maldição da Bela Adormecida é um grande desserviço a sétima arte (em especial ao cinema russo, do qual eu confesso ter muito pouco conhecimento... mas tenho certeza de que eles filmes muito melhores do que esse) e dessa forma, acaba sendo mais um título terrível - embora esquecível - que aumenta as estatísticas do lado ruim da força cinematográfica.