#FILMOTECA# - "Same Kind Of Different As Me" | "Somos Todos Iguais" (2017)
Sinopse: Deborah Hall é uma mulher religiosa que está lutando contra uma grave doença. Casada com Ron, um negociante de arte reconhecido internacionalmente, ela insiste para que o marido se aproxime de Denver, um perigoso mendigo com um passado de sofrimento e exploração.
Depois do seu retorno aos cinemas após o mediano O Bebê de Bridget Jones, a atriz Reneé Zellweger parecia estar conseguindo de volta o seu lugar dentro de um mundo que ela já não visitava há alguns anos. Tentando consolidar isso ela decidiu se juntar ao elenco de um drama que envolve religião (somado a demais aspectos interessantes) e a escolha parece ter sido sábia... Mas que acabou se tornando um mais um pequeno deslize na carreira dela devido ao resultado final.
Baseado em fatos reais, o filme inicialmente chama a atenção para si apenas por ser ter um alicerce verdadeiro (pelo menos esse costuma ser um aspecto que atrai muito público), mas a falta de conexão entre o elenco (aliado ao desenvolvimento precário dos personagens) incomoda o suficiente para o telespectador olhar um pouco "torto" para essa produção (que tem seus méritos discretos por investir na retratação de uma história essencialmente muito bonita).
Os personagens não são ruins (e nem o elenco), mas a forma como ambos são trabalhados não exige nenhum esforço maior por parte dos atores (a exceção fica - em alguns takes com o personagem interpretado por Djimon Hounsou, que vivencia situações bem impactantes) e isso acaba criando uma cadeia ruim que termina comprometendo o roteiro e a direção (aliás, esses dois aspectos contribuem para não tornar o filme melhor).
Em síntese, é como se o filme tivesse consciência de todo o seu poder... Mas que por algum motivo não consegue usá-lo por completo (ainda que consiga passar uma mensagem muito clara sobre o quão igual todo ser humano é - sejam eles ricos ou pobres - ... e que na verdade somos todos feitos de uma mesma essência, lutando todos os dias as nossas batalhas internas e tendo que aprender a lidar com as escolhas dos nossos caminhos).
A trama se preocupa em apresentar todos os problemas de forma igual, mas por não lhes dá o devido tratamento, tem um efeito negativo na construção do todo porque algumas histórias simplesmente tem os seus desfechos desperdiçados com cenas sem o menor de poder de convencimento ou empatia. Falta envolvimento em estabelecer a urgência de cada história (onde existem 3 linhas narrativas... mas que o filme opta apenas em desenvolver de uma maneira - relativamente - eficaz apenas 1 delas).
Impossível não sentir falta de um mergulho no drama que carrega cada personagem e a superficialidade com a qual 2 das tramas são tratas chega a incomodar pela falta de profundidade e por tabela, isso compromete qualquer filme (ainda mais quando o gênero cinematográfico em questão é o "drama").
A falta de preocupação do diretor Michael Carney em se empenhar ao dirigir filme fica bem evidente em alguns momentos (como se ele estive com preguiça de trabalhar) e infelizmente isso acontece durante a maior parte da projeção. Mas ainda sim, existem alguns acertos onde ele consegue captar a essência dos problemas e transpor isso para a tela de uma forma mais humanizada (mostrando que, depois de muito desenvolvimento da trama, existem os lapsos de um trabalho minimamente satisfatório).
O clímax do filme guarda a maior das surpresas, que é justamente (e não, isso não é nenhum spoiler... haha!) o fato dele conseguir fazer - ainda que existam mais erros do que acertos - com que o telespectador seja acometido por uma comoção quase inexplicável (principalmente próximo ao final do terceiro ato), como se o filme estivesse "guardando" todo o seu potencial dramático de forma deliberativa para impactar o público justamente em seus momentos finais.
Somos Todos Iguais é uma empreitada dramática que tem ótimos momentos (onde muitos deles são bem inspiradores e reflexivos)... Mas que infelizmente não consegue se consolidar como um filme verdadeiramente bem desenvolvido ou bem executado, no entanto, consegue - de alguma forma - tocar a alma do público que estiver mais respecitvo a entrar no clima da história e seus respectivos personagens.
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