#FILMOTECA# - "Pay the Ghost" | "Regresso do Mal" (2015)
Sinopse: Assombrados por imagens assustadoras e mensagens inexplicáveis, um professor universitário e sua esposa tem as suas vidas colocadas de ponta a cabeça quando eles precisam descobrir o mistério por trás do desaparecimento de seu filho em uma noite de Halloween.
Se existe um subgênero cinematográfico dentro do Horror que já foi (e ainda continua sendo) explorado até as últimas consequências, é o horror voltado para o sobrenatural. Ao longos dos anos (principalmente os mais recentes), os exemplos são intermináveis e para a tristeza dos fãs, a maioria deles é péssimo... Regresso do Mal tentou inovar, mas mirou em algo instigante e terminou caindo no limbo.
Há anos que o ator Nicolas Cage não vem emplacando um bom filme e nem uma boa atuação. Essa nova empreitada na carreira dele poderia ter trazido um ar novo para as suas escolhas (já que esse estilo de filme não faz parte do que ele costuma fazer), mas ele não poderia estar mais errado. Em síntese, eu poderia falar que o roteiro é desastroso, mas isso inviabilizaria a escrita esse review, né? Então, vamos adiante!
Fazendo justiça, a primeira parte 1/3 do filme consegue criar um clima de suspense e deixar o telespectador um tanto quanto pensativo sobre o destino do garoto que desaparece misteriosamente durante uma celebração de festa de Halloween. Apesar de datada, a atmosfera que paira no ar chega a funcionar por um breve momento, mas a partir daí, o filme mergulha em uma precariedade de argumentos sem precedentes.
O maior erro (dentre tantos) do roteiro é a falta de investimento nas próprias ideias. Tudo o que poderia servir como material explicativo para a trama é simplesmente jogado na tela sem maiores justificativas. Isso torna todas as investidas criadas pelas cenas de suspense em execuções falhas, que são miseravelmente incluídas sem a menor coerência, como se houvesse uma "garantia" de que o telespectador fosse comprar aquelas ideias sem se questionar sobre o ocorrido, ignorando os fatos através de um passe de mágica ou estalar de dedos.
A ideia que tira o filme do papel é chata, a exploração da mesma atinge o equivalente aos níveis dos melhores soníferos e a execução de tudo é uma grande bagunça. O elenco encabeçado por Nicolas Cage é inexpressivo, sem conexão e parecem não ter a menor ideia do que estão fazendo com seus respectivos personagens (que aliás, são pessimamente construídos e totalmente entediantes).
Na tentativa de salvar algo mais do filme, a produção tenta investir em efeitos especiais para tentar criar momentos de sustos "épicos"... Bom, ficou só na tentativa mesmo, porque o resultado é digno dos filmes que são exibidos com frequência no bloco da Sessão da Tarde. Tudo é muito pobre (sinônimo de "trabalho mal feito") e sem a menor inspiração (já que não existe nada de novo nas tenebrosas tentativas em assustar o público).
Uli Edel está a frente de um filme onde nada conversa com nada, e como se isso já não fosse o suficiente, o trabalho horrendo que ele faz na direção não pode sequer ser comparado ao trabalho de um cineasta amador (tamanha é a falta de qualidade no que ele fez). Confesso que fiquei negativamente impressionado em ver como um filme pode ser tão mal dirigido tendo elementos já tão batidos (mas que quando são bem utilizados, surtem um bom resultado)... No entanto, foi uma boa lição para lembrar que as coisas sempre podem piorar, haha!
Em Regresso do Mal (que conta com um dos clímax mais decepcionantes e ridículos já escritos... soando até como uma versão horrível de Sobrenatural ou A Entidade) o aprendizado mais importante é "como não fazer um filme de horror sobrenatural", e aqueles que conseguem aprender bem a lição, não passam - nem longe - perto de repetir um feito tão ruim quanto este.