#FILMOTECA# - "Halloween" (2018)

in #filmoteca6 years ago (edited)

Fonte: Divulgação (Freak & Geek)

Sinopse: Na noite de Halloween, Michael Myers está de volta e todas as fantasias mais ocultas são totalmente liberadas deixando um rastro de sangue e um empilhamento de corpos que, literalmente, faz a festa de Halloween ser uma noite inesquecível à base de muito sangue e um empilhamento de corpos.

Por quanto tempo é possível nutrir um sentimento de ódio (que muitas vezes você ao menos sabe precisar a origem) dentro de você? Até onde vai a obsessão de alguém em conseguir realizar o seu objetivo a todo custo? Qual é o limite entre o certo e o errado na mente de quem já não consegue mais discernir esses lados da maneira correta?

Esses e outros tantos questionamentos então presentes nessa sequência de Halloween... Que ao contrário do que muitos pensam, se faz mais necessária do que nunca (porque o cinema PRECISAVA que esse filme acontecesse!).

Fonte: Divulgação (Thunder Wave)

Desde que a produção desse filme foi anunciada, eu confesso que eu fiquei com o pé atrás... Afinal, depois do primeiro filme, as sequências que seguiram foram desastrosas (salvo uma ou duas exceções) e isso já era motivo suficiente para eu dizer "não" a esse material. Mas a minha vontade poder - finalmente - assistir nas telonas a um filme de uma das franquias que sou mais alucinado gritou mais alto e a ansiedade começou a cada vez mais marcar presença.

A cada nova notícia, eu podia ver o filme tomando a forma que eu desejava e finalmente, depois de tanto esperar eu pude ir ao cinema e me deparar com um dos melhores filmes do ano! Sem maiores exageros, essa sequência (que é uma narrativa direta do primeiro filme, que dispensa todas outras a partir do segundo) é simplesmente um dos roteiros mais inteligentes dentro desse gênero cinematográfico que vive disparando clichês para todos os lados.

Não que aqui os clichês não existam - aliás, uma boa parte do projeto é pautada neles - mas os mesmos são utilizados com cautela e precisão... Então, o resultado é mais do que satisfatório e faz com que todos os elementos adjacentes se fundam em uma junção de acertos que muitas vezes trazem bastante nostalgia (algo que eu particularmente adorei porque acaba sendo quase como uma homenagem ao material original) e ao mesmo tempo, conseguem inserir novos aspectos e novos olhares que trazem um ar de renovação para uma franquia que, infelizmente, já estava extremamente desgastada.

Fonte: Divulgação (Coming Soon)

A personificação do mal através do infame Michael Myers está mais incisiva, mais tenebrosa e mais bem construída. O confronto dele com ele mesmo em busca da justiça que o deixa cego é mais angustiante aqui, e em paralelo a isso (ou seja, enquanto ele retorna a cidade para "finalizar a sua missão") podemos acompanhar não apenas a sua ascensão enquanto ser maligno, mas também a luta pela sobrevivência de uma Laurie Strode muito mais madura (interpretada de maneira incrível por Jamie Lee Curtis, que entrega uma atuação extremamente convincente e com uma qualidade acima da média, propor ciando assim, um vigor bem característico ao seu personagem aclamado pelos fãs) e que agora tem uma filha e uma neta para cuidar.

O modo como os roteiristas trabalharam para justificar o amadurecimento de Michael e Laurie foi muito assertivo (cada um no seu respectivo núcleo... até que os mesmos comecem a dividir o mesmo espaço na trama, onde é claro, os maiores momentos de tensão se fazem presentes e criam-se embates diretos impressionantes!). Além disso, existe a adição de novos personagens (alguns mais importantes do que outros, obviamente) que se mostram muito necessários para fazer a trama caminhar... Sejam eles apenas para morrer ou para representar algum tipo de resistência contra o mal, todos cumprem bem os seus respectivos papeis.

Fonte: Divulgação (Looper)

No meio do caminho existem algumas situações meio óbvias (principalmente para quem já assistiu a todos os exemplares da franquia), mas há muitos mais inovações no desenvolvimento do que apenas um "simples" reciclamento de ideias. A preocupação em estabelecer um refinamento no trato dos argumentos (sejam eles relacionados a apresentação dos personagens já conhecidos, dos novatos e no meio onde tudo acontece) dá uma credibilidade muito relevante para as surpresas que se seguem.

Tudo é construído de uma forma que prende o espectador na poltrona de maneira natural. Há uma riqueza de detalhes na trama (apesar da simplicidade da mesma... mas que esconde algumas abordagens complexamente pontuais que servem de base para um ótimo debate envolvendo dilemas psicológicos em diversos níveis) que instiga a atmosfera de medo para um nível inesperado. Em especial, há uma cena onde Michael Myers flerta com a sua inseparável faca de um jeito tão hipnótico e admirável (como se estivesse acontecendo um grande reencontro entre eles), que a situação por si só é mais importante do que a morte que se segue.

Fonte: Divulgação (Spin)

A trilha sonora do John Carpenter - que é o diretor do filme original - funciona perfeitamente, assim como funcionou há décadas atrás. Uma nova versão foi criada, com uma pegada mais atual e renovada com elementos eletronicamente mais sombrios e envolventes (algo que poderia ter causado uma desconstrução na composição de origem... mas que, na verdade, é mais um dos acertos da trama) que enaltecem as cenas de uma maneira absurda!

No comando da direção está David Gordon Green. Ele foi extremamente feliz em captar a essência primária da trama (preservando muito dos aspectos fundamentais que foram essenciais para o sucesso da franquia) e através de um trabalho sólido e cheio de visão, oferece ao público uma experiência imersiva dentro do universo onde o principal personagem é alguém cheio de mistérios e de nuances que vão sendo descascadas gradualmente.

Fonte: Divulgação (The Verge)

40 anos após a estreia de um dos maiores e melhores filmes de suspense/horror da história do cinema, Halloween ressurge das cinzas mais imponente do que nunca em uma sequência que resgata - praticamente - todo o clima de suspense carregado e toda obscuridade que cerca um dos personagens mais icônicos dentro de uma franquia que, agora mais do que nunca, reina absoluta na mente dos fãs (sejam eles os mais antigos e agora, os mais recentes).

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