#FILMOTECA# - "Cop Car" | "A Viatura" (2015)

in #filmoteca5 years ago

SciFi World Entertainment

Sinopse: Dois garotos encontram uma viatura de polícia abandonada em um campo e decidem sair por aí dirigindo-a. Mas as coisas começam se complicar quando o xerife da cidade vai procurar o carro... Então, os garotos se veem no centro de um mortífero jogo de gato e rato.

O instinto de curiosidade - muitas vezes com um viés "detetivesco" - que ronda as crianças é algo inerente a elas (apenas diferindo na intensidade da busca por respostas ou na vontade de viver novas aventuras) e é partir dessa premissa natural que A Viatura tem a sua faísca inicial e demonstra - ainda que tenha lá os seus problemas - que um filme com um plot simples pode ser eficiente.

Hollywood Reporter

O roteiro tem um início descompromissado (mas cinematograficamente envolvente, considerando uma parte de seus aspectos técnicos que remetem ao visual do filme), apenas mostrando duas crianças exercendo o seu fascínio pelo novo ao se depararem com uma viatura aparentemente abandonada no meio do nada. Nada parece fazer sentido (porque a história é entregue ao telespectador sem maiores explicações), mas... Logo mais adiante à trama começa a apresentar as suas ramificações e começa a mostrar serviço.

Um clima meio incomum é criado ao jogar crianças no mundo dos adultos de uma forma brutal. Isso porque o desenvolvimento do roteiro as coloca em algo que não é comumente visto no cinema. Há sempre um campo bem delimitado (e adequado) para que elas possam aparecer e desempenhar os respectivos papéis... Então, acompanhar as aflições delas em situações que podem ser consideradas mórbidas é algo meio estranho - ou até incômodo para algumas pessoas - e a cada nova reviravolta (descobertas que giram em torno da viatura, que acaba sendo o personagem principal do filme, haha!), as coisas ficam ainda mais perturbadoras.

Taste Of Cinema

Um filme de suspense, que não é suspense. Um filme de comédia, que não é comédia. Logo de início, essa mistura inusitada de gêneros cinematográficos funciona e até tem um ar promissor (oferecendo a sensação de algo novo no ar, mesmo com seu desenvolvimento meio lento), mas infelizmente os pesos não são bem distribuídos e em vários momentos a trama começa a se perder nas execuções que foi criando ao longo da projeção, resultando em momentos amargos.

No entanto, o filme consegue ir recuperando o fôlego e consegue voltar aos trilhos por ser um trabalho que tem um clima intimista, sem o apelo de trilhas sonoras apelativas, efeitos especiais mirabolantes ou parafernálias que tendem a inflar os filmes para causar uma falsa boa impressão. O sentimento de realismo é imposto a todo momento, e seguir a dupla de amigos por situações completamente fora do padrão (por exemplo, o uso de armas) reserva bons momentos em que o confronto psicológico cresce e toma as cenas.

Loser City

Protagonizado por Kevin Bacon (na pele de um xerife extremamente corrupto e com tendências psicóticas que não mede esforços para conseguir se safar dos crimes que faz parte) e pela dupla mirim Hays Wellford / James Freedson-Jackson (um trio competente que interpreta personagens interdependentes entre si... porque enquanto eles dirigem a viatura, o vilão os persegue em outro carro e essa estranha comunicação em busca do resgate do automóvel cheio de segredos se perpetua por todo o filme), os elementos que os mantém ligados são bem pensados, e conseguem esticar o roteiro de maneira satisfatória (embora eu ache que à trama tem uma propensão mais puxada para um conto e não um longa-metragem).

Na cadeira de direção está Jon Watts. Ele vem demonstrando se dar bem em diferentes gêneros e aqui ele consegue impôr o seu trabalho de forma mais nítida e além de ir amarrando bem as pontas entre as reviravoltas que estão espalhadas pela projeção, ainda consegue oferecer ao telespectador uma imersão dentro de um mundo corrupto pelo olhar infantil. Tudo com uma com credibilidade eficiente (ainda que algumas cenas cômicas se apresentem fora de hora), tornando o filme em uma experiência bem interessante em virtude da utilização de elementos dinâmicos.

Mandatory

A Viatura é aquele tipo de filme que surpreende por entregar mais do que inicialmente deixa exposto... Porém, creio que o seu defeito mais evidente é ter desnecessariamente respirado um ar cult na conclusão do seu terceiro ato (até porque, o filme não tinha esse tipo de construção narrativa): terminar a história com um final aberto (aqueles onde onde cada pessoa forma as suas próprias conclusões) e que peca pelo exagero na condução dos fatos.

Sort:  

Nossa. Nunca tinha ouvido falar desse filme. Ainda mais do Kevin Bacon

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Acabei assistindo esse filme por acaso, enquanto zapeava a programação na TV. Foi uma grata surpresa. Se algum dia tiver interesse em assisti-lo, vale à pena. :D

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