Fake News e a burrice artificial

Os meios tradicionais de comunicação tem zero autoridade para impor ou sequer respaldar qualquer tipo de combate a notícias falsas. Eles mesmos são volta e meia ridicularizados precisamente por divulgar involuntariamente notícias fabricadas em sites de paródia como se fossem verdade.

Ou seja, a classe jornalística hoje não faz o mínimo de verificação factual antes de publicar. É quase como se eles levassem o meme "se tá na internet é porque é verdade" ao pé da letra. Neste sentido, eles não são melhores curadores de conteúdo do que o tiozão de direita que compartilha a corrente dos 56 militares da reserva, o professor esquerdista que ainda acredita no boato da Amazônia vendida a ONGs internacionais, ou a sua mãe que acredita que colocar a senha do banco de trás pra frente no caixa eletrônico vai ativar a polícia em caso de assalto.

As pessoas não precisam de um Ministério da Verdade filtrando e manipulando a informação colocando nela o rótulo de verdadeiro ou falso. O que elas precisam é aprender a ter raciocínio crítico, que é algo que ninguém ensina, nem mesmo os sedizentes defensores de uma educação crítica. Raciocínio crítico é algo independente de filiação político-ideológica: é questão de aprender a identificar argumentos e falácias de discurso, silogismos válidos e inválidos, verificar fontes, organizar as coisas cronologicamente, entre outras tarefas mundanas que temos terceirizado para a inteligência artificial.