Sensação de fragilidade: valores fracos não geram solidez (Quiron em touro)

barbaralisarti (63)in #dsound • 6 years ago (edited)

O MITO DE QUIRON

Na mitologia, Quiron é um centauro imortal atingido por uma flecha com um veneno mortal. Por isso, ele não morre, mas o ferimento causado não se cura. Por sofrer de muitas dores, ele passa a procurar maneiras de amenizá-la. Diz-se o "Curador Ferido" porque Quiron passa a ter a capacidade de cuidar de outras pessoas porque ele descobre o antídoto mas e, além disso, possui a empatia de saber como é sentir aquela dor.

ASTROLOGIA COMO FONTE DE CONHECIMENTO

A posição de Quiron em cada signo ou casa astrológica sinaliza o local das feridas. Porém, a astrologia vem construindo um vasto conteúdo sobre as personalidades e dinâmicas humanas e, por isso, ainda que você não conheça seu mapa astral, pode simplesmente se interessar por um tema, e entender mais sobre isso o ajudará em seu autoconhecimento.

RECONHECENDO O TERRITÓRIO DA SOLIDEZ

Iremos falar sobre o território dos nossos valores, aquilo que dá direção no mundo, sustentando nosso modo de pensar e agir. A ideia de sustentação é bastante importante quando falamos em valores, porque a sensação de firmeza se dá na medida em que possuímos valores nos quais realmente acreditamos e validamos para nós e para o mundo. O tempo todo estamos sendo postos a prova por acontecimentos ou pessoas, e se não estivermos firmes o suficiente ficaremos simplesmente à deriva das variações alheias.

O touro é o animal zodiacal que mais concentra massa física, ou seja, não é pluma que voa ao sabor do vento, pelo contrário, fixa-se no lugar que escolhe para ficar. Seus movimentos são lentos, da mesma forma que é lenta a renovação de uma crença. As crenças fixam-se em nós, fundando nossa maneira de agir e ver o mundo e sobre ela construímos toda uma trajetória. Dela, derivam-se e dependem muitas coisas em nossa vida. Por isso, tem mesmo é que conservarem alto grau de dureza, não sendo qualquer acontecimento ou pessoa que tenha o poder de mudá-las com facilidade.

Estamos falando de um território imaterial mas que está fortemente ligado ao processo de materialização das coisas. O fortalecimento de um modo de pensar, em seu mais alto grau, atinge uma materialização que guarda sua simbologia. Porque exemplo, a presença de símbolos, bandeiras, estátuas, livros, etc. representam o quão forte é um ideal sociológico em uma sociedade. O caminho do fortalecimento das ideias pode passar então por um processo as leva de uma simples vontade própria para uma institucionalização que influencia milhares de vidas. A nível individual, nossas crenças resistem e se fortalecem quanto maior seu fundamento, ou seja, quanto melhor são capazes de dar respostas adequadas para lidar bem com as situações da vida.

É claro que esse não é um processo estático, de modo que há ajustes e aperfeiçoamentos conforme o caminho se dá. Mas isso não quer dizer fragilização, muito pelo contrário, o aperfeiçoamento é fortificante. Neste sentido, não há perda de tempo com qualquer novidade, pois tudo que é novo só será incorporado se resistir a um teste que leva tempo, até provar seu valor. Por isso é natural deste território que as mudanças sejam lentas.

QUIRON NESTA POSIÇÃO

Por meio das ideias podemos justificar o valor de algo, e este valor se torna mais forte quanto mais acreditamos nisso. Na autovalorização é a mesma coisa. Quiron nesta posição representa a fragilidade das nossas crenças e, por consequência, perda de capacidade de valorizar-se. Isso traz sentimentos de insegurança, e por isso pode haver a tentativa de buscar mais solidez por meio de fortes apegos aos bens materiais, pessoas, empregos ou projetos. Mas seria o mesmo que você construir uma estátua de você mesmo e esperar que se sinta valorizado por isso. Parece absurdo mas essa situação de inversão é bastante comum. Vemos constantemente pessoas comprando carros, roupas, relógios e outros bens materiais não para sanarem suas necessidades, mas esperando sentirem-se mais valorizadas com suas posses. Mas é bastante frustrando quando este bem não gera valor e nada muda, e a sensação interna não muda.

Enxergar essa ilusão pode também levar à atitude contrária que é a renúncia em possuir bens materiais. Neste caso, cabe desmascarar uma segunda ilusão: o fato de ter posses não quer dizer que você as coloca acima dos seus sentimentos. Os bens estão a serviço da nossa satisfação pessoal e não carregam maior valor além da sua utilidade prática.

A origem das crenças é interior, e não é qualquer parte do interior. A mente é capaz de se conectar com qualquer pensamento ou influência, enxergar padrões, justificativas e correspondências. Ou seja, ela trabalha na relatividade do que acontece. É o que demonstrar não existem verdades universais para acreditar, somente particulares. E é por meio da conexão com nossos desejos que acessamos as nossas verdades particulares. Por isso se diz que a potencia taurina exalta a satisfação dos desejos. Qual outra causa mereceria nosso esforço e atenção se não aquela que é compatível com nossos desejos? Mesmo quando ajudamos outras pessoas, estamos satisfazendo uma parte de nós. Do contrário, não há energia para a ação, pois é o desejo seu combustível, e quanto mais forte, mais forte é a consistência do nosso agir no mundo.

O âmbito dos desejos é incontrolável. Podemos decidir de que maneira agir em relação a eles até certo ponto, mas não podemos fazer com que desaparecem. Por isso, Quiron nesta posição tende a evitar o contato com os desejos, reprimindo-os pelo temor de serem conduzidos por eles, temor de conectarem-se com a fonte de sua força interior. Porque não é verdade que qualquer ser humano não possua tal força, é só o fato de que não acreditam que possuem.

O APRENDIZADO

Este Quiron é o caminho da construção da força interior, e para iniciar este caminho é preciso se conectar com seus instintos. Não é concebível simplesmente adotar as crenças de herança dos pais, família ou tradição na qual foi criado.

Enquanto não se encontra o caminho do meio, é provável enfrentar situações de privação material devido à radicalidade das crenças adotadas, pois leva tempo até se aprender aonde podemos ser flexíveis ainda conservando a força interior.

É preciso desenvolver a capacidade de estabelecer uma relação saudável com sua própria natureza fortemente instintiva, confiando na sabedoria que seu corpo guarda. A repressão do instintos é o mesmo que deixar um cachorro trancafiado sem condições de viver sua natureza. Ele vai ficar cada vez mais eufórico, cheio de energia e procurando escapar por alguma fresta. Pode acontecer o contrário também, ele se entregar para a infelicidade da repressão. O caminho então é permitir que suas necessidades sejam satisfeitas e aprender que você pode ainda sim exercer um controle saudável sobre elas. Isso pode acontecer nos mínimos detalhes: permitir-se ter prazer sexual, dormir quando tem necessidade, fazer alguma atividade prazerosa ou que você se sinta apreciado.

Com carinho,

Bárbara Li

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