O impacto social dos setores relacionados a economia criativa na cidade de São Paulo durante o Carnaval.
No Reino Unido, onde surgiu a nomenclatura “Indústrias Criativas”, proclamou-se como suas partes integrantes treze setores da atividade britânica cultural e econômica, que abrangem o artesanato, arquitetura, artes cênicas, artes e antiguidades, cinema, design, editorial, moda, música, publicidade, software, software interativo de lazer – videogames, televisão e rádio. (VIILLAVERDE, 2017)
No Brasil, o Plano Nacional de Economia Criativa, foi publicado em 2012 pela Secretaria da Economia Criativa, criada no âmbito do Ministério da Cultura, tendo por base as experiências e pesquisas realizadas pela Unesco e pela Unctad. Propôs em sua abrangência os setores ligados a música, filme e vídeo, tv e rádio, mercado editorial, design e moda, artes visuais, artes cênicas e dança, cultura popular, publicidade, arquitetura, jogos e animação, gastronomia, turismo, e tecnologia digital. (VIILLAVERDE, 2017)
Com pequenas diferenças, a abrangência da economia criativa tem como matéria prima a inteligência e a criatividade humana, recursos que ao serem trabalhados tendem ao infinito. No Brasil, o Carnaval constitui-se numa das mais conhecidas expressões culturais do país, capaz de nas suas diversas formas de manifestação explorar a inteligência e a criatividade do brasileiro. Transformando-o em protagonista, capaz de gerar renda e prosperidade aos diversos atores participantes desta manifestação cultural. (VIILLAVERDE, 2017)
Os subsetores ligados a economia criativa em torno deste evento de expressão da cultura e saber popular, tem diversos pontos de interface uns com os outros, e destas nascem significativas experiências. Ao se transformar numa performance de massa, a moda ganha identidade e diferencial pela interface com o artesanato, e as artes cênicas renovam-se quando trabalhadas no espaço público. (FONSECA REIS; DEHENZELIN, [201-?])
De forma sintética, quanto mais interação houver entre os subsetores originados das artes e indústrias criativas e aqueles que se originam da vida comunitária e cultura tradicional, mais rica e diferenciada será a produção em Economia Criativa. (FONSECA REIS; DEHENZELIN, [201-?], p. 26)
Em 2019, o Carnaval de rua de São Paulo cadastrou 556 desfiles de blocos. Segundo levantamento da empresa municipal de turismo, SPTuris, o evento nas ruas da capital paulista movimentou R$ 550 milhões em 2018 - ante R$ 314 milhões no ano anterior. (CUNHA, 2019)
Ainda de acordo com a pesquisa da SPTuris, em 2018, 21% dos foliões paulistanos disseram ter recebido parentes ou amigos que não moram na cidade, aumento de quase 50% ante 2017. E no site de aluguel de imóveis para temporada Airbnb, o volume de reservas para hospedagem na capital paulista foi de 87% superior no período. As redes de vestuário Renner e Hering, pela primeira vez expuseram suas marcas no Carnaval da cidade. E no setor de cervejas o investimento avançou. (CUNHA, 2019)
O patamar de profissionalização chegou a tal ponto que o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, cujo primeiro desfile aconteceu em 2010, hoje se mantém funcionando durante todo o ano com um projeto social para a realização de shows e atividades gratuitas apoiado pela marca Doritos. (CUNHA, 2019)
Além dos setores ligados diretamente a Economia Criativa, os desfiles realizados no Sambódromo do Anhembi, na cidade de São Paulo, mobiliza centenas de profissionais da logística, numa operação que envolve o deslocamento de mais de 50 mil pessoas, expectadores e participantes dos desfiles. (A LOGISTICA…, 2015)
Os processos são realizadas pela Liga SP (Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo) em parceria com a Prefeitura. O transporte é realizado pelas próprias escolas, que tem apoio da Liga, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), e da Eletropaulo. (A LOGISTICA…, 2015)
Outro termômetro do aquecimento pode ser encontrado nos sites de venda online, dedicado a venda de ingressos, o Eventbrite registrou um volume de eventos ligados ao Carnaval 67% maior do que no feriado do ano passado na cidade. Entre eles ingressos para happy hours carnavalescos, e ofertas de atrações como retiros tântricos fora da capital, com preços em torno de R$ 2.000 pelos quatro dias. (CUNHA, 2019)
Para além dos recordes numéricos, o que acontece agora com o Carnaval paulistano é um salto de status. O evento passou a ser visto por grandes marcas e artistas do circuito carnavalesco como experiência obrigatória. (CUNHA, 2019)
Sociologicamente o Carnaval se manifesta por meio de múltiplos reservatórios de símbolos culturais que sobreviveram ao longo do tempo, e que se retroalimentam constantemente em seu período de festas. (PEREIRA DE CARVALHO; MADEIRO, 2005)
Na cidade de São Paulo podemos constatar por meio dos autores discutidos, que a movimentação de recursos em torno desta manifestação da cultura popular, envolve toda uma cadeia dos setores relacionados a Economia Criativa. E também outros como o caso da logística. Ao criar, transformar, e ofertar múltiplos produtos e serviços, o Carnaval assume na cidade, características de megaempreendimento e articula-se de forma multifacetada.
A great hug!
Guilherme Faquetti
August 28, 2019
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ViILLAVERDE, Adão. Carnaval: síntese da economia criativa, 2017. Disponivel em: http://www.portalcafebrasil.com.br/iscas-intelectuais/carnaval-sintese-da-economia-criativa/. Acesso em: 25 ago. 2019.
FONSECA REIS, A. C.; DEHENZELIN, L. Cadernos de Economia Criativa: Economia Criativa e Desenvolvimento Local. Sebrae, Secretaria de Cultura do Espirito Santo. [201-?]. Disponível em: http://vix.sebraees.com.br/arquivos/biblioteca/Cadernos%20de%20Economia%20Criativa.pdf. Acesso em: 25 ago. 2019.
A Logistica dos Desfiles de Carnaval. Blog Logistica. São Paulo ,05 mar. 2015. Disponível em: https://www.bloglogistica.com.br/mercado/a-logistica-dos-desfiles-do-carnaval/. Acesso em: 25 ago. 2019.
CUNHA, Joana. Carnaval de São Paulo passa o do Rio e vira polo de negócios. Valor Econômico. São Paulo, 03 mar. 2019. Disponível em: https://www.valor.com.br/empresas/6145201/carnaval-de-sao-paulo-passa-o-do-rio-e-vira-polo-de-negocios Acesso em: 25 ago. 2019.
PEREIRA DE CARVALHO, C. A.; MADEIRO, G. Carnaval, Mercado, e Diferenciação Social. Organizações & Sociedade, vol. 12, núm. 32. jan.-mar. 2005, pp. 165-177 Universidade Federal da Bahia Salvador, Brasil.
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