#BOX DE SÉRIES# - "Mad Men" (2007–2015)
Sterling Cooper é uma agência de publicidade (fictícia) localizada em um dos principais endereços da cidade de Nova York, a Madison Avenue. Don Draper é o competente diretor de criação da empresa e responsável por comandar grupo de competentes ajudantes que vivem as voltas competitivas contra outras empresas do mesmo seguimento e também, com seus respectivos problemas pessoais.
Ambientada na década de 1960, a trama criada e produzida por Matthew Weiner - exibida originalmente pelo canal AMC - foca principalmente nos desafios profissionais e dilemas particulares vivenciados pelos personagens que trabalham em agências de publicidade. Adicione a essa trama as conturbadas mudanças - nas mais várias esferas - que o cenário norte-americano estava sofrendo na época e temos um prato cheio para poder acompanhar um lado do american way of life (em tradução livre: o modo de vida americano) que ainda é desconhecido por muitas pessoas.
Protagoniza por John Hamm (e grande elenco, que conta com Elizabeth Moss, Vicent Kartheiser e Januray Jones... onde todos, sem exceção, entregam sempre ótimas atuações que creditam a qualidade das histórias que estão sendo contadas), o roteiro da série coloca em evidência uma década que ficou conhecida por suas importantes metamorfoses sociais, políticas e econômicas.
Através da criação e do desenvolvimento de personagens inteligentes, cativantes e relativamente complexos (que por motivos óbvios são essencialmente old shcool e respiram um ar totalmente diferente da sociedade atual), o trabalho de direção que é realizado na condução dos 92 episódios distribuídos em 7 temporadas é notavelmente consistente por conseguir manter tantas diferentes vertentes dentro de uma mesma época, fidelizando assim, não apenas à base da trama que serve como alicerce para a narrativa... Mas também, todo o contexto histórico que nela está presente.
Destacando importantes temas como alcoolismo, tabagismo (que naquela época tornou-se um ato de luxo e muito glamourizado, capaz até ser utilizado como um delimitador de status em meio as altas rodas da sociedade), sexismo, adultério, racismo, feminismo e antissemitismo (dentre tantas outras importantes vertentes para a construção e criação de uma identidade em prol uma sociedade), a série trata de cada um deles através de críticas que em sua unanimidade - carregando nelas uma essência de poder... sejam eles de menor ou maior impacto para o país - são uma projeção de um futuro ainda iminente.
Alternando constantemente entre a comédia com diálogos muitas vezes ácidos e o drama inteligente (que por não pesar a mão nos clichês acaba sendo executado de uma maneira sempre muito adulta e assertiva pelos roteiristas, e consequentemente pelo elenco que não cria uma caricatura da situação)... O telespectador que decide acompanhar a série se depara a todo momento com problemáticas de outrora que ainda são vigentes nos dias atuais.
Esse paralelo "invisível" entre passado e futuro dentro das diferentes sociedades que vão se formando ao longo das décadas dentro de um mesmo país é o reflexo do ótimo tratamento que a narrativa recebe e, com isso, serve como uma eficiente ferramenta de desmistificação ao conseguir arranha fortemente a ideia de hegemonia que - infelizmente - até hoje permeia a mente de milhões de pessoas no que diz respeito a acreditar fielmente que viver nos Estados Unidos lhe trará a tão buscada estabilidade de vida.
Importante mencionar também que ao longo da construção dos arcos há uma desconstrução massiva do que seria o homem moderno, que "obrigado" a ter que dividir o espaço profissional com a presença cada vez mais fortes da mulheres (inclusive, se impondo também em suas relações pessoais), percebe que de "sexo frágil" elas não tem nada.
Os aspectos técnicos que compõe a série são um show a parte: cenários que são capazes de reportar o publico a outra realidade, caracterização fiéis de personagens, fotografia, iluminação e edição de cenas que contemplam todos os arcos narrativos (inclusive no que diz respeito a impor um ritmo dinamizado aos episódios) e uma trilha sonora caprichada (que em momentos específicos ajuda a criar grandes momentos).
Exibida no Brasil pelo canal HBO (e quem costuma acompanhar o trabalho que eles fazem, já sabe que essa emissora não brinca em serviço) Mad Men é o tipo de série que diz ao telespectador qual é a sua função desde os eu primeiro episódios. Então, tenha a certeza de que a partir do momento em que você decidir assisti-la... Que não haverá, em momento algum, o menor sinal de arrependimento.
Parabéns, seu post foi selecionado pelo projeto Brazilian Power, cuja meta é incentivar a criação de mais conteúdo de qualidade, conectando a comunidade brasileira e melhorando as recompensas no Steemit. Obrigado!
Obrigado, @brazilians!
Preciso continuar a assistir essa série xD
Man, não seja Mad e termine logo de assistir essa série, hehe! ;P
Show ! Adorei a resenha. Tb tem na netflix. O que eu mais gosto nesta série é ser muito bem produzida e eu curto muito os cenários, figurinos, etc. que retratam a época e a cultura americana de uma maneira primorosa. Desta vez foi você quem se antecipou a mim, pois eu pretendia fazer sobre essa que tb é uma das minhas favoritas. Mas tudo bem, não faltam opções. haha. Abraço.
ptgram power
Valeu, @pedrocanella!
Então agora estamos em "débito" um com o outro... Eu tenho que postar minha resenha sobre Breaking Bad e você tem que postar a sua sobre Mad Men, hehe!
Abraço.