#BIBLIOTECA# - "Gun Machine" | "Máquina de Armas" (2013)

Ao atenderem a mais um chamado rotineiro de trabalho, uma dupla de policias parece encarar mais um dia cheio em suas profissões. Quando eles travam um embate com um homem armado que ameçada a vida de várias pessoas, eles acabam descobrindo um quarto cheio de armas.

Os modelos lá encontrados são os mais variados possíveis, e isso tem uma razão extremamente sisnistra de ser (remetendo a acontecimentos bizarros que envolvem uma complicada rede de assassinatos brutais) que vai colocá-los em um mórbido labirinto onde a presença de elementos beiram a surrealidade e certamente vão fazer mente dos leitores trabalharem em um ritmo bem acelerado.

Fonte: Divulgação (Amazon)

Warren Ellis joga o leitor dentro de uma narrativa cheia de camadas que precisam ser cuidadosamente esmiuçadas à medida em que as páginas do livro vão sendo lidas. Aqui, são pequenas informações que fazem uma grande diferença para a resolução do mistério que é imposto aos leitores (que são constantemente desafiados a nova informação obtida).

O tom da narrativa é relativamente seco (com momentos ácidos bem pontuais), mas muito fluído, tornando-se aquele tipo de experiência onde você não sente as páginas sendo folheadas. Tudo é conduzido com rapidez através de capítulos curtos, porém com um acentuada violência regada a uma boa dose de sangue (o que torna tudo ainda mais interessante para os amantes deste tipo de abordagem).

Contando com personagens que alternam entre interessantes e descartáveis (sendo a maioria deles bem tratados em seus desenvolvimentos... com destaque para alguns diálogos bem conectados, responsáveis por criar uma boa convergência no desenrolar dos fatos), o melhor deles talvez seja a própria cidade de Nova York. Ultrapassando a função de cenário e chegando a um novo - e importante - patamar, o leitor é apresentado a diversos contextos históricos do lugar, que possibilitam uma maior interação com o ambiente... Que por sinal, esconde um lado muito sangrento.

Talvez, o único ponto que incomode ao público mais assíduo no mundo da leitura é a resolução do mistério. Apesar do mesmo ser arquitetado de maneira eficiente e deixar sempre um clima intenso de suspense no ar, as casualidades que acontecem para que os protagonistas possam ter as informações necessárias para a resolução do mistério soam meramente artificiais e anulam uma boa parte do impacto que a revelação do clímax teria causado se fosse tratados com uma ótima circunstancial diferente da que é impressa no livro.

No final, ainda é uma leitura muito válida porque tem muitos mais acertos do que erros... E é ainda mais essencial para os apreciadores das leituras que misturam uma boa história policial com elementos que desafiam a mente a percorrer caminhos incomuns através de uma narrativa que insere o desconhecido no cotidiano de uma forma tão naturalmente crível, chegando ao ponto de despertar os mais variados tipos de sentimentos nos leitores (o que só vem reforçar, ainda mais, a instigante experiência que é embarcar nessa aventura).