#BIBLIOTECA# - "Cidade de Deus" (1997)

Consagrado nos cinemas pelas mãos do cineasta Fernando Meirelles, este romance coloca a periferia carioca dos anos 60 até a década de 80 sob os holofotes do público, enfatizando cenários sociais importantes sob o olhar de uma comunidade que vive em um conjunto habitacional.

Fonte: Divulgação (Amazon)

Escrito por Paulo Lins, a temática do livro tem como função principal charma a atenção do público para a urgência dos problemas que cercam uma sociedade marginalizada por uns, esquecida por muitos outros... Desde de seus próprios moradores e arredores, a um governo que os faz invisíveis (alheio as suas obrigações enquanto força atuante de estado)

Cotidianamente, retrata-se o dia a dia dos habitantes que lá vivem. Desde os seus problemas diários à ascensão da brutal criminalidade que transforma muitos deles em marginais. Foca-se também na mudança física que a comunidade vive, causando uma verdadeira transformação visual no aspecto geográfico do lugar.

Os personagens tem uma gama diversificada de características com as quais é possível relacionar-se sem fazer muito esforço. Muitos deles são cativantes e conquistam o leitor de maneira rápida e natural. Conversando bem entre si, eles tem ótimas tramas e são - com exceção de alguns poucos - bem construídos (muitos deles, a ponto de terem histórias bem detalhadas).

A maneira como Lins escreve a história conduz o leitor a um mundo cheio de adversidades e sufocamento de diretos básicos (como saúde e segurança). Por vezes, é normal sentir-se incomodado com a leitura... Não porque ela seja ruim (o que aliás, está bem longe disso), mas sim, pelo fato de não tratar-se de uma ficção. É uma realidade urgente e que ainda permanece latente na sociedade de uma forma devastadora.

Se você já assistiu ao filme e gostou, a recomendação para essa leitura é uma obrigação. Prepara-se para uma viagem ainda mais intensa e indigesta sob as entranhas de uma sociedade ainda muito preconceituosa, onde o governo se faz soberano sob as necessidades dos menos afortunados de uma forma totalmente vil e inescrupulosa.