Literatura em Foco #8 - A Prostituta Sagrada: A face eterna do sagrado feminino de Nancy Qualls-Cobert
A antiga ligação entre espiritualidade e paixão perdeu-se nas profundidades deixando sabor de insatisfação e monotonia nas relações. Falta alguma coisa, mas o quê? Quando a Deusa do Amor era honrada, a prostitua sagrada era virgem no sentido original do termo ("uma-em-si-mesma"), uma pessoa íntegra que servia de mediadora para que o amor da deusa chegasse até a humanidade. Nessa união de opostos - masculino e feminino, espírito e matéria - a dimensão humana era transcendida e entrava em contato com o divino. Naquele tempo a sexualidade e a religião formavam um todo inseparável. Este livro, solidamente fundamentado na psicologia de C.G. Jung, mostra como a nossa vitalidade e alegria de viver dependem de restaurarmos ou a alma da prostituta sagrada no lugar a que ela tem direito, a fim de nos proporcionar uma nova compreensão da vida. (Contra-capa do livro)
Este é provavelmente o livro mais polêmico que já passou pela #biblioteca, mas não se assuste com o título, é um livro com muito conteúdo e reflexão, vamos juntos entender a importância da prostituta sagrada para a história da humanidade e para a psique humana.
Na atualidade existe um abismo entre religião e sexo, a visão religiosa prega o absentismo sexual, vendo fé e sexo como opostos, sagrado e profano, inclusive o prazer carnal é considerado pecado e quem dedica-se a sua vida a obtê-lo é visto como impuro.
No entanto para quase todas as sociedades antigas, como os sumérios, gregos, sexo e o divino eram conciliáveis, e mais a mulher era vista como sagrada, porque era dela que provinha a vida, venera-se a mulher com mãe e como amante.
Cada povo venerava uma deusa, Inar, Isis, Istar, Har, Afrodite, todas ressaltam qualidades psicológicas semelhantes, o sagrado feminino, que acolhe, que nutre, que incentiva e dá prazer, estas características mantém-se vivas nos arquétipos da humanidade até hoje.
Os antigos sabiam da necessidade de valorar o masculino, pela virilidade, lealdade e força, e feminino, beleza, bondade, castidade, amor revigorante, de forma igual, em todos os seres, para uma vida saudável. Um equilíbrio entre opostos.
A prostituta sagrada era um ofício nobre no qual exercia um contato com a divina, era a celebração da deusa, dos prazeres, uma iniciação no equilíbrio cósmico e da força feminina.
No entanto, o culto à deusa a muito séculos se perdeu, e foi substituído ao culto do patriarcado. Outrora a mulher ocupava um espaço importante na família e na sociedade, no patriarcado ocupa uma posição submissa ao homem, sendo somente propriedade deste.
Durante séculos a natureza sexual do homem e da mulher foram negligenciados, Nancy traz diversos exemplos, através de análises de sonhos, que demonstram o impacto no cotidiano da sociedade atual, Acima de tudo é um grito clamor para ocorra uma re-união entre o físico e o espírito, para o bem da psique humana.
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Olá João,
Esse livro parece ser realmente uma leitura interessante, principalmente quanto a reflexão da união entre físico e espírito, algo que para uma grande parte das pessoas não existe.
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