SONEAR anuncia a descoberta de um novo asteroide
Órbita estimada do 2018 MG7 Fonte da imagem
O SONEAR acaba de anunciar a descoberta em 20 de junho de 2018 de mais um asteroide nomeado 2018 MG7. Trata-se do trigésimo asteroide do tipo NEO¹ e o oitavo PHA² descoberto por este observatório brasileiro.
O 2018 MG7 é um NEO do tipo "Aten" pois tem órbita similar à do asteroide 2062 ATEN. Tem órbita inclinada em 25,11 graus em relação a órbita da Terra com excentricidade e = 0,33 o que faz com que o seu periélio — ponto de máxima aproximação ao Sol — seja de cerca de 92,1 milhões de km e o seu afélio — ponto máximo afastamento do Sol — seja de 180 milhões de km. Os asteroides do tipo ATEN cruzam a órbita da Terra.
O novo objeto tem diâmetro estimado entre 95 a 300 metros, valor obtido pela medida de sua magnitude absoluta de 21,4.
Pela órbita estimada, a distância mínima que o 2018 MG7 pode chegar em relação à Terra é de 3,38 milhões km.
A importância da pesquisa dos NEOs
A busca por novos NEOs é fundamental para a segurança do nosso planeta. O monitoramento contínuo do céu, catalogando novos NEOs e medindo seus parâmetros orbitais, em especial, os PHAs, poderá, no futuro, prever com antecedência uma possível colisão de um desses objetos com a Terra, evento que já aconteceu no passado e que deve, não se sabe quando, ocorrer novamente.
Dependendo do tamanho do asteroide, a evacuação do local de impacto pode poupar muitas vidas. Mas, se o asteroide for suficientemente grande a ponto de provocar danos em escala planetária, então teremos que ter um plano B para desviá-lo de sua rota de colisão, evitando o impacto. Infelizmente ainda não temos como fazer isso. Mas inúmeros projetos em breve devem sair das pranchetas. Há muitos cientistas envolvidos neste grande projeto de proteção da integridade da Terra.
Você já tinha ouvido falar do SONEAR?
Os três astrônomos amadores que mantém o SONEAR Fonte da imagem
O SONEAR é o único observatório astronômico para estudar NEOs no hemisfério sul. Em outras palavras, é o único olhar humano para regiões da esfera celeste que não podem ser acessadas pelos inúmeros observatórios sediados acima da linha do equador.
O mais incrível é que o observatório que já tem uma coleção incrível de resultados profissionais é mantido por um trio de astrônomos amadores e sonhadores mineiros: Cristóvão Jacques — engenheiro civil e físico —, Eduardo Pimentel — advogado — e João Ribeiro — professor e psicanalista.
O SONEAR funciona remotamente, ou seja, sem a necessária presença dos astrônomos. Ele monitora o céu noturno constantemente seguindo um plano de observações que delimita as zonas do céu a serem “escaneadas”.
A ideia é fotografar a mesma região do céu em intervalos de tempo pré-programados. Depois de coletadas as imagens, um software analisa os registros fotográficos e tenta detectar se algum objeto se move contra o fundo fixo de estrelas.
Em seguida, o software reconhece os objetos já catalogados e separa os objetos que julga candidatos a novos NEOs.
De posse destes dados, os astrônomos fazem a inspeção manual dos dados e, em caso de confirmação de um novo NEO, envia um relatório para União Astronômica Internacional que dá o veredito final ratificando a descoberta.
O projeto é sensacional e de amador só tem o rótulo. Já foram descobertos pelo SONEAR 30 NEOs além de 10 outros asteroides no Cinturão de Asteroides que fica entre as órbitas de Marte e Júpiter e quatro cometas.
Vaquinha para ajudar o SONEAR
O SONEAR passa por dificuldades financeiras. E por isso seus mantenedores criaram um projeto de crowdfunding, um sistema de financiamento coletivo na internet que é, na verdade, uma versão moderna da famosa "vaquinha" para arrecadar fundos para ajudar uma pessoa física ou jurídica.
Felizmente, no momento em que escrevo este texto, a meta já foi alcançada e ultrapassada em 14%!
De qualquer forma, se você quiser colaborar, este é o link. Certamente, muito em breve, nova verba para manutenção do projeto será necessária porque Ciência tem alto custo e, infelizmente, no nosso país, quase nenhum incentivo oficial.
Abraço astronômico do prof. Dulcidio. E Física na veia!
¹ NEO é a sigla para Near Earth Object que, em português, significa objeto próximo à Terra. Um NEO é um objeto menor que orbita o Sol e pode eventualmente passar perto do nosso planeta, com ou sem risco de colisão.
² PHA é a sigla para Potential Hazardous Asteroid que, em português, significa asteroide potencialmente perigoso.
³ A unidade de distância UA (lê-se Unidade Astronômica) corresponde à distância média da Terra ao Sol e vale aproximadamente 149,6 milhões de km.
So espero que essa pedrinha nao caia aqui no nosso querido planeta profi... ah... e quando quiser vamos la no pico das cabras, ok?
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Uma hora ou outra, esta pedrinha ou qualquer uma das outras tantas, cai por aqui. Inevitável. Veja o próximo post, ainda dentro deste tema.
Por isso os cientistas correm atrás de um plano B.
Pico das cabras é show! Já fui inúmeras vezes no observatório! Vamos combinar!
Abraço. E Física na veia!
"____________" !!! :-)