Espiritualidade? O que é isso?

Essa é uma pergunta dificil de ser respondida, e com certeza existem varias resposta para ela. Porém durante minha estadia no templo, cheguei a uma resposta que acredito satisfatória, então vou compartilhar com vocês. Mas para chegar nela, vou contar um pouco da minha trajetória dentro da espiritualidade.

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Fui criado dentro do catolicismo: batizado, comungado e crismado. Porém algumas semanas antes da crisma, rolou um reboliço na paroquia porque descobriram que nossa professora era espirita e não católica, então veio um padre para nos testar e ver se a professora herege tinha realmente ensinado a doutrina certa. Isso marcou meu afastamento do catolicismo pois não entendia como uma professora tão legal e atenciosa estava sendo chamada de herege (não nesse termo, mas essa era a sensação de quando ouvia falarem dela). Finalizei a crisma mas nunca mais voltei, e decidi estudar outras religiões, pois aquela me parecia muito "atrasada". Dei uma pincelada no espiritismo, dei um golinho no judaísmo, molhei a ponta do pé no budismo, e finalmente me entreguei totalmente ao ocultismo.

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Estudei durante anos livros de Aleister Crowley, Eliphas Levy, Israel Regardie, Papus, entre outros ocultistas, e era fascinado por esse mundo oculto, mas muito mais perceptível para mim que os propostos pelas outras linhas religiosas que estudei no passado. E também tinha esse ponto de não estar numa religião (apesar de ainda existirem muitas regras e dogmas) que me interessava muito pois de certo modo era "mestre de meu próprio destino". Pratiquei alguns rituais, fiz algumas amizades, e tive meu primeiro despertar espiritual: Que onde eu colocasse minha fé, ali eu encontraria minha verdade espiritual. E que nenhuma forma ela seria absoluta, pois assim como eu mudo a cada dia, ela me seguiria em mutação até o fim da vida.

E justamente por esse pensamento que me afastei do ocultismo e voltei ler de tudo um pouco, para escolher o que cabia dentro de minhas crenças, e nisso passei um tempo no tantra, no hare krishna, no hermetismo, e fui fazendo uma colcha de retalhos com tudo que sentia que era bom. Resolvi sair viajar fazendo malabares pela estrada, mas ao mesmo tempo numa peregrinação espiritual, para encontrar aquilo que me sentia falta em minha espiritualidade. Pode-se dizer que cansei dos livros e resolvi ir pra pratica total. Até que cheguei no Templo dos Ciganos de Circulo, onde tudo mudou.

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Assim que cheguei fiz um ritual onde a entidade cigana me questionou "que é você?", uma das grande duvidas que tive durante a estrada, já que poderia ser quem eu quisesse no momento que conhecia alguem novo e sabia que as chances de reencontrar a pessoa seria minima. Mas a questão era justamente em quem eu sou na essencia, e não tinha resposta pra isso. Então topei morar no templo para descobrir, e me apaixonei perdidamente pela forma que se praticava a espiritualidade lá. Era bem próxima do que eu acreditava, se procurava ver as manifestações de Deus em todas as religiões, sem julgamentos ou pré conceitos, e o mais importante, era viver a minha verdade em plenitude. Vários processos depois, cheguei num ponto onde outra entidade me perguntou "o que é a espiritualidade pra você?"e tive que refletir muito, pois nunca havia parado pra pensar nisso, sempre tentei viver a espiritualidade e não refletir sobre sua essência. A melhor resposta que consegui formular foi: "É como um mundo invisível onde as coisas realmente acontecem e esses acontecimentos se refletem nessa nossa dimensão". A entidade sorriu e pacientemente me respondeu "Não, é bem mais simples que isso".

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Mais simples do que isso? Mas o que poderia ser então? Voltei a refletir e recordar de tudo que já tinha passado dentro da espiritualidade, cada livro, cada encontro, cada provação. E como uma chama que se acendeu em meu coração falei:

A espiritualidade é o auto conhecimento.
Pois no fundo tudo que buscava era um entendimento sobre mim mesmo, quem eu era, qual a minha missão, o que estava fazendo aqui. E percebi que isso se refletia também nas outras religiões, pois mesmo as mais "doutrinasticas", existia uma busca em se conhecer em profundidade, seja seguindo exemplos, seja meditando, seja cantando em volta da fogueira. Entrar em contato com o ancestral que vive dentro de você, então ainda é você, só que com mais consciência. E me lembrei de uma frase de Socrates que me marcou muito na vida, apesar de ter ficado escondida no sub consciente durante muito tempo: "Conheça a ti mesmo, que conhecerás o Universo"

Bem, esse foi meu primeiro relato sobre minha vida espiritual. Estava um tempo com bloqueio de postar aqui, mas decidi passar por cima disso e expor o que penso sobre tudo isso, então peço perdão caso tenha ficado confuso, mas tentei apenas "por pra fora" para votar ao ritmo de postar. Pretendo escrever mais sobre essas questões, então se você tem algum comentário (positivo, negativo, neutro) receberei de coração aberto e responderei da mesma forma.

Gratidão por seu tempo e sua leitura! Sigamos juntos!
Muita luz a todos!