Bia já começava a ficar impaciente. Até agora só decepção. Mas não ia desistir tão facilmente.

O terceiro encontro seria com Carlos e prometia mais, pelo menos pela foto que recebera ele parecia encantador.

Marcaram em uma esquina, em frente a uma banca de jornais. Desta vez, ela se sentia mais nervosa que o normal.

O rapaz foi pontual, no entanto parecia diferente, mais velho, mais barrigudo, e tinha um olhar estranho, os olhos se arregalavam e também piscavam muito, tinha uma cara de louco.

“Meu deus” ela pensou... “só me meto em roubadas... mas vamos lá”

Ele pareceu se interessar muito por ela e foram para um boteco na outra esquina. Pediram uma cerveja e começaram a conversar.

Apesar do olhar enigmático ele era bom de papo. Carlos era Filósofo. Ficaram horas conversando, enquanto ele lhe contava um monte de histórias e aventuras interessantes.

Bia já estava “pra lá de Bagdád” pois ela bebia rápido, talvez devido ao nervosismo, mas principalmente porque ele falava demais e o copo permanecia sempre cheio.

No final, ele a acompanhou até o ponto de ônibus algumas quadras à frente, já era meio tarde e poucas pessoas passavam pela rua. O vento soprava forte e estava frio. Andavam em silêncio.

A garota estava um pouco tonta e por um momento cambaleou, quase caiu, mas foi amparada por Carlos, que a segurou pelos braços com firmeza, puxando-a com agilidade para junto de si, o que terminou em um abraço...