Piso de enfermagem, justiça ou tirania?

in #br2 years ago (edited)

Uma regra tão simples, mas amplamente ignorada pelo estado, sabe oferta e demanda? Então, ela é soberana em diversos aspectos, um desses sempre será em função do preço, quanto maior o preço menor a demanda.

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Digamos que você chegue a noite cansado(a) do trabalho com fome, olha ao redor e não tem nada pronto para comer, então decide pagar por alguma refeição pronta. Mas quando você vai analisar as refeições está tudo caro, pois está de madrugada na sua cidade pequena e por algum motivo excepcional os preços estão exorbitantes; então, você tenderá a optar por fazer a sua comida ou simplesmente dormir sem comer.

Agora, imagine bem uma coisa, além do salário ser fixado para cima, o que diminui a demanda, ou seja, trabalhos. Você também pode chegar a pagar até 68,18% de encargos trabalhistas e sociais.

Com isso em mente, é aprovado um piso salarial cujos salários são:

  • Enfermeiros: R$ 4.750;
  • técnicos de enfermagem: R$ 3.325 (70% do piso dos enfermeiros);
  • auxiliares de enfermagem: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros);
  • parteiras: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros);

Já parou para pensar se seria possível medir igualmente o trabalho de 2,7 milhões de enfermeiros? Sendo que todos são indivíduos únicos com caracteristicas únicas; como tato social, carisma, compêtencia, graduação, jeito de agir, se portar, qualidade técnica, ou seja, varíaveis de toda uma vida; que será condensada e analisada em termos de produtividade.

Na realidade, quando é literalmente tabelado a produtividade e as variáveis de uma vida de milhões de pessoas, a lei economia age. Se o preço é alto, a demanda cai, e isso se reflete em demissões.

Esses são apenas alguns fatos que demonstram que a lei economia é amoral e irrefutável. Na prática, para ser a "cereja do bolo" temos uma pesquisa que demonstra, segundo as Santas Casas, um esperado de 83 mil demissões (são 83.000 pessoas que tendem a perder muitas vezes seu sustento) e 20 mil leitos fechados (são 20.000 leitos que tendem a ser inutilizados).

Quem fica com os empregos, são aqueles que produzem, ou melhor, geram um retorno maior do que o alocado para mantê-lo, ou seja, se você é pago R$2.000 por mês, somando com encargos trabalhistas você poderá estar custando cerca de R$3.364 para quem te emprega, portanto, você produz mensalmente o suficiente para ser racional mantê-lo ali, ou seja, acima de R$3.364 reais (apenas didático, ignorando diversos fatores que contribuem para tal), em resumo, você retribui mais do que é gasto com você.

Na encomia a tendência é que o individuo mais experiente se mantenha enquanto os novos sejam prejudicados.

Então "mas e se fosse organizado contabilmente os novos salários?" Todas as instituições tem suas variáveis, passivos de diferentes formas, planejamentos de investimento, planos de gestão, mesmo que todas elas organizassem de alguma forma e conseguissem arcar com os novos salários, a tendência pela baixa produtividade seria demissão, pois os novos salários não serão compensados com maiores retornos e caso o estado force isso a tendência são de prejuízos, redução da qualidade e aumento dos preços relacionados. Por fim, de uma forma mais direta, precarização.

Lembre-se que a produtividade do Brasil, mesmo considerando os indicies, continua sendo muito baixa, comparando com a "maior potencia" o brasileiro leva 1 hora para produzir o que o americano faz em 15 minutos. Porém, particularmente prefiro uma análise individual, afinal, está que é feita para empregar, mas fato é que até pelos indicies comparadamente com outros países ainda estamos com baixa produtividade geral.

E quanto custa para o "estado", ou melhor, quanto custa para a gente pagadores de impostos? segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos):

Conforme o Dieese, o incremento financeiro necessário ao cumprimento dos pisos será de R$ 4,4 bilhões ao ano para os Municípios, de R$ 1,3 bilhões ao ano para os Estados e de R$ 53 milhões ao ano para a União. Já a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) indicou incremento de R$ 6,3 bilhões ao ano.

E para as entidades filantrópicas? (que carregam o SUS nas costas) é esperado um déficit de até R$42 milhões até o fim do ano.

Ao todo, hospitais privados, Santas Casas em sua maioria (filantrópicos, portanto), fazem 54% do total de atendimentos do SUS, além de 70% das cirurgias de alta complexidade.

Veja que aqui não entrei no mérito de que enfermagem foi super necessária na pandemia ou que é um serviço essencial para salvar milhares ou milhões de vidas, pois caso fizesse não mudaria o fato dessa medida ser tirânica e antieconômica.

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Como diz uma frase de Ludwig von Mises:

A simples idéia de um salário mínimo é sinal de ignorância máxima.

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