O Brasil depois da Lava Jato

Comparada a Mãos Limpas, operação de combate à corrupção que levou ao colapso do sistema político italiano na década de 90, a Lava Jato teve repercussão semelhante e culminou com a vitória de um novo grupo político e o juiz que a conduziu como ministro. O que muda partir de agora?

Foto: Bolsonaro e Sergio Moro - Dida Sampaio/Estadão

A esperança da população brasileira é de que se inicie uma nova fase no combate à corrupção com o fortalecimento das instituições e uma cobrança maior da sociedade no acompanhamento das ações do governo.

No entanto, assim como a operação italiana não foi capaz de resolver a corrupção que continuou no governo Berlusconi, teme-se que o novo governo brasileiro adapte-se para beneficiar o seu grupo político.

Bolsonaro se elegeu sem alianças com partidos, mas conta com apoio expressivo da chamada bancada BBB, iniciais de bala, boi e Bíblia, que identificam as frentes parlamentares da segurança pública, da agropecuária e dos evangélicos.

Os partidos mais próximos e com mais integrantes destas bancadas são o PP, DEM e PR, legendas recorrentes nos escândalos de corrupção recentes. O braço direito de Bolsonaro e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do DEM, admitiu ter recebido caixa 2 da JBS.

A primeira dor de cabeça para a família Bolsonaro serão as investigações dos assessores com movimentação milionária e o recebimento de salários sem exercício da função.

Mesmo com todo o avanço da operação Lava Jato, ainda há muito trabalho no combate à corrupção no Brasil, que estará nas mãos do próprio juiz Sério Moro a partir do dia 1º de janeiro.

Muito obrigado pela leitura e até a próxima!

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