Educação, cultura, literatura e direitos humanos. #Filosofia

Esta postagem é uma breve reflexão acerca de um texto de um crítico literário e sociólogo chamado Antonio Candido, publicado com o nome “O direito à literatura”. É fácil de encontrar este texto e vale a pena lê-lo, pois é um texto relativamente curto e bem interessante.

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O autor, aborda um assunto de uma ciência humana, a ciência social, e, também trata de um ponto muito importante para a convivência em sociedade, que seria basicamente a reciprocidade e a empatia, principalmente quando explana que: a tendência do ser humano é pensar que o direito de cada um é mais urgente que o do outro.
 

Por quê? Porque pensar em direitos humanos têm um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Essa me parece a essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que nossos direitos são mais urgentes que o do próximo. (CANDIDO, 1995)

 
A leitura que faço, leva em consideração a desigualdade social em nosso país. A meu ver, a desigualdade leva a extremos, por exemplo: direitos humanos são direitos de bandidos; bandido bom é bandido morto; e outros generalismos de uma sociedade sofrida.
 
Sigmund Freud em seu livro “O Mal-estar na Civilização” diz que em países onde a desigualdade social é grande e a maior parte da população é pobre, a tendência é de que as pessoas se voltem ao reacionarismo e em muitos casos, o oprimido deseja ser, ou acaba sendo o opressor, causando males ao seu próximo, vide Alemanha entre as décadas de 20 e 30 do século passado.
 
Candido em “O direito a literatura” fala bastante sobre essa distribuição igualitária dos bens materiais, penso que, não apenas os materiais seriam suficientes para equilibrar uma sociedade, mas também os culturais e principalmente os intelectuais, pois só assim poderemos talvez viver em uma sociedade justa onde exista empatia pelo próximo.
 
Este texto serve como auxílio para vermos as “entrelinhas” da sociedade no geral, estudar e entender os seus problemas socioculturais e todo o contexto que esta sociedade está envolvida, inclusive o histórico.
 
O Brasil por exemplo, um país que foi subserviente de Portugal durante séculos, onde houve várias tomadas do “poder” à força, onde temos uma mídia que instiga sua massa a ser reacionária, com todo esse contexto e outras mazelas da sociedade, é fácil entender porque aqui se comemora a desgraça alheia (quando um bandido é morto pela polícia ou quando uma pessoa, mesmo que inocente é presa apenas pelo fato de não gostar dela ou quando também, alguém que não se gosta morre. etc).
 
Penso que para resolvermos tais questões sociais, educação, literatura e cultura, precisam andar lado a lado, pois de nada adianta uma pessoa possuir amplo conhecimento em uma área específica e em outras ser totalmente leigo.
 
Torna-se também necessário para a sociedade, entender o contexto social e não apenas ficarmos presos a conceitos, precisamos fazer a nossa parte para mudarmos essa realidade, pois a mazela que o meu próximo sofreu e eu comemorei, pode ser a minha mazela de amanhã.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”, no livro “Vários escritos”. 3ª Edição. São Paulo: Editora, Duas Cidades. 1995.

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