Não faz sentido o Estado ter empresas

Fazendo um paralelo com a separação entre Igreja e Estado, acho que precisamos de uma nova Revolução que separe definitivamente Empresa e Estado nos mesmos moldes.

São universos muito distintos. No Estado o foco primeiro não é a eficiência e a agilidade, mas a prudência e o conservadorismo ao lidar com verbas públicas. E tem que ser assim mesmo. Afinal, com toda a burocracia ainda assim existem casos de corrupção monumentais, imagina então se a coisa fosse mais frouxa.

Empresa e Estado é definitivamente uma mistura que não dá certo. Na empresa o foco é o lucro e vencer a concorrência na busca por conquistar o consumidor. E para isso ela precisará produzir bens ou serviços de baixo custo e alta qualidade. E caso aconteça má gestão, o prejuízo é só dela e não cai nada nas costas da população. Num verdadeiro darwinismo empresarial, as empresas ruins quebram e as concorrentes tomam o mercado dela e continuam e oferecer os seus serviços à população.

Já o Estado nunca quebra. Como as empresas estatais não sobreviveriam de outra forma, são todas monopolistas e exigem para si a criação de uma reserva de mercado por lei. Caso contrário elas nem de longe conseguiriam vencer a concorrência privada.

Ora, se as empresas estatais são monopolistas por definição e não precisam ser eficientes para continuar sobrevivendo, o que acontece então quando as suas operações passam a dar prejuízo e não lucro? Ora, elas mandam a conta para o bobo da corte pagar é claro. E quem seria o bobo da corte você pode estar perguntando? Sou eu e você pagadores de impostos.

Sem falar que no Brasil o histórico do governo como empresário chega a parecer cômica de tão ineficiente. Só que não é, pois só seria cômica se não fosse trágica.
São tantos desvios, roubalheiras, nepotismo, má gestão, ou seja, um verdadeiro carnaval. Quem pensa que o verdadeiro carnaval do Brasil acontece na Sapucaí é porque não conhece de perto o que acontece nas estatais desse país.

O prejuízo para o cidadão com a existência das empresas estatais é então dobrado. Primeiro quando recebe serviços e produtos caros e de péssima qualidade, e depois quando paga altos impostos para bancar a existência dessas mesmas empresas ineficientes, que se não fosse o aporte constante de capital do erário já teriam todas quebrado. Então a ideia de Estado empresário é um oximoro fadado a desaparecer da face da Terra.

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