#FILMOTECA# - "The Face Of Love" | "Uma Nova Chance Para Amar" (2014)

in #filmoteca6 years ago (edited)

Fonte: Divulgação (Coming Soon)

Sinopse: Após o marido morrer afogado em uma praia mexicana, Nikki fica devastada. Cinco anos depois, ela ainda sente falta do marido. Um dia, ela encontra por acaso um homem parecidíssimo com seu grande amor: Tom. Impressionada com a semelhança, Nikki resolve segui-lo e descobre que ele é professor de artes.

Aprender a ter que lidar com a perda de quem alguém que se ama é sempre um processo muito complicado (ainda mais quando as relações são tão próximas). Dentro do processo de luto e da posterior aceitação, cada pessoa acaba encontrando - apesar de ir ouvindo inúmeros conselhos ao longo do tempo - as suas próprias maneiras de levantar a cabeça e seguir em frente... E, em Uma Nova Chance Para Amar há uma abordagem bem interessante sobre o assunto.

Fonte: Divulgação (Time)

O roteiro não perde tempo em estabelecer a história e rapidamente envolver o espectador logo em seus minutos iniciais (uma sequência trágica na qual gira toda à trama e muitos do seus futuros eixos complicadores). Construído de uma forma bem sensível, a narrativa vai se apresentando ao público através de flashbacks bem pontuais que reforçam a saudade da protagonista com relação à sua vida de outrora casada (momentos em que o trabalho da equipe de fotografia ganham destaque).

Esse direcionamento relacionado ao tratamento da história que está sendo contada foi uma opção bem sutil de iniciar o filme, porque ao mesmo tempo que consegue criar uma balança eficiente na questão dos sentimentos envolvidos (uma tarefa que não é nada fácil de ser realizada sem ter que cair em um mar de clichês)... Também consegue ir apresentando calmamente os personagens (incluindo os coadjuvantes, e vale mencionar à presença do saudoso Robin Williams) que irão compor os próximos acontecimentos.

Fonte: Divulgação (Radio Times)

Esse drama é um longa de poucos personagens e é justamente nesse grupo reduzido de histórias que está um de seus trunfos: o desenvolvimento do roteiro. Apesar das páginas escritas não beneficiarem a todos os personagens, ela é extremamente eficaz na parte essencial e mais tocante do filme (que é a relação entre Nikki e Tom) e ainda consegue tornar os coadjuvantes muito relevantes para a construção do todo (ainda que tenham poucas cenas).

Annette Bening (Nikki) e Ed Harris (Tom) entregam performances verdadeiramente maduras e reais (além de terem uma química bem singular na tela). É aquele tipo de atuação que a princípio parece ser muito simples, mas que na verdade esconde um grande peso no seu interior (e o mais irônico nesse aspecto, é que a força das atuações - e do filme como um todo - está toda na simplicidade do trabalho deles... principalmente nas trocas de olhares sempre sinceras e cheias de simbolismo) fazendo com que o filme se torne - parcialmente - em uma experiência concreta e densamente sentimental.

Fonte: Divulgação (Variety)

Eles desenvolvem uma complexa relação e uma certa dependência que os coloca em um risco iminente. O próximo passo para eles nunca é tão simples quanto parece, porque ambos precisam vencer seus medos e inseguranças. Além disso, existem segredos de ambos os lados e isso só piora a situação. Então, por não saberem como resolver as coisas da maneira correta e deixa a relação em "pratos limpos", a proporção dos seus atos atingem níveis que eles não poderiam imaginar.

A medida em que o filme vai se desenvolvendo, o espectador é puxado por um turbilhão de sentimentos que ficam sempre rondando (positivamente falando) à narrativa e uma parte desse mérito deve-se ao trabalho sucinto e assertivo (desataque para os planos sequências, que são muito bons) na cadeira da direção ocupada por Arie Posin, que além de captar a essência da história, extrai o melhor do elenco que tem em mãos.

Embora o ritmo do filme não seja tão dinâmico e não conte com cenas visualmente fortes (algum tipo de violência física ou momentos de discussão/exaltação que beire um estado de calamidade), a qualidade se garante pelo fato de conseguir - de certa forma - "chocar" por colocar no centro da trama uma maneira "inusitada" de lidar com uma perda tão difícil e, em paralelo, trabalhar conflitos psicológicos extremamente pertinentes.

Fonte: Divulgação (Observer)

Optando por uma linearidade em sua semântica, Uma Nova Chance Para Amar consegue se fazer forte aparentando ser fraco (é um longa que mistura de drama e romance de uma forma muito intimista e tem uma condução que não alterna entre momentos altos e baixos)... E quando o filme termina, você fica olhando para a tela - enquanto os créditos finais aparecem - imaginando todos os "e se" que poderiam fazer daquela conclusão, um desfecho diferente.

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