#BIBLIOTECA# - "Murder on the Orient Express" | "Assassinato no Expresso do Oriente" (1934)

in #biblioteca5 years ago (edited)

Quem já teve a oportunidade de ler qualquer um dos livros da escritora Agatha Christie, sabe o porquê dela ser considerava, "simplesmente", a rainha do suspense literário. Suas obram priorizam os climas de suspense e mistério sempre a níveis muito elevados, despertando assim, o interesse genuíno em cada leitor para folhear as suas páginas.

Em Assassinato no Expresso do Oriente, ela se utiliza (além do próprio talento natural da escrita) de muitas artimanhas do gênero "suspense" para criar uma de suas melhores obras. Um livro instigante e de ritmo consistente, que apesar de uma vez ou outra cair em alguns clichês (algo que é totalmente inevitável) ainda sim, é um de seus trabalhos mais memoráveis.

Fonte: Divulgação (Red Bubble)

O famoso detetive belga Hercule Poirot embarcar no luxuoso e requintado trem (Expresso do Oriente). A bordo estão passageiros com perfis completamente diferentes, assim sendo, todos com história particulares bem singulares também. Quando um deslizamento de neve impede que a viagem prossiga (pois a estrada fica bloqueada) e um misterioso assassinato acontece no meio da madrugada, Poirot precisará embarcar e resolver em um novo caso.

Utilizando-se de toda sua perspicácia, inteligência e faro para mentiras, Poirot se vê em um verdadeiro espiral de conspirações quando as provam que parecem cada vez levá-lo a resolução do problema... Na verdade estão afastando-o cada vez mais. Confuso, ele já não consegue racionar muito bem ao ser assombrado por fantasmas do passado, mas de uma coisa ele está absolutamente certo: onde o verdadeiro assassino é um dos passageiros do trem.

Agatha Christie cria uma trama complexa e desafiadora. Apoiada em uma gama de personagens muito bem estruturados (embora nem todos recebam o mesmo tipo de tratamento na questão de seus desenvolvimentos, todos tem o seu momento e por isso, são essenciais para sustentar o peso da narrativa), ela consegue prender à atenção do leitor de uma maneira como poucos escritores conseguem.

Quanto mais você lê, mais "confuso" você fica com a presença de novas provas/pistas (que por sinal, vão se misturando muito habilmente com as possíveis motivações dos personagens para terem cometido um assassinato) e esse sentimento de bancar o detetive junto com o meticuloso Poirot fica cada vez mais evidente... E logo, é impossível não fazer parte da história como um personagem adicional (como se você tivesse a "obrigação" de desvendar o mistério antes que o livro chegue a sua conclusão).

Os cenários descritos ao longo de toda a narrativa são cheio de detalhes bem específicos (demonstrando o zelo pelo que será imaginado / visto pelo público) e isso enriquece muito a trama de uma maneira geral, porque a narrativa, além de muito fluida e de fácil leitura, torna-se algo mais visível e até mais "palpável"... Com isso, a empatia do leitor para com a história cresce bastante.

No entanto, verdadeiro trunfo desse livro (ainda mais considerando a época em que o mesmo foi lançado) está em como a autora mergulha em pontos específicos presentes em cada ser humano, dentre os mais urgentes: a moral e ética que nos cercam, o que nos difere dos seres irracionais, e até onde nós estamos dispostos a fazer justiça - não importando quais as consequências disso - com as próprias mãos.

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