Manual de Avaliação Funcional para o Risco de Quedas em Pessoas Idosas ( download gratuito)
As quedas nas pessoas idosas têm um impacto imediato no seu dia-a-dia resultante da lesão local (principalmente fratura), levam a repercussões na sua independência e funcionalidade e acarretam importantes implicações sociais e económicas (World Health Organization, 2008). De facto, além das consequências diretas das lesões provocadas pelas quedas, também o medo de cair pode restringir a capacidade de realização das tarefas da vida diária, resultando em dependência, perda de autonomia e diminuição da qualidade de vida (Denkinger, Lukas, Nikolaus, & Hauer, 2015; Hoang, Jullamate, Piphatvanitcha, & Rosenberg, 2017; Tinetti, Mendes de Leon, Doucette, & Baker, 1994). Acresce que os custos de saúde, da dependência e da institucionalização induzidos pelas quedas exigem recursos acrescidos que têm reflexo na pessoa idosa, na família e na comunidade (Dellinger & Stevens, 2006) (Ambrose, Paul, & Hausdorff, 2013; Gelbard et al., 2014). Por estas razões, a prevenção da queda na pessoa idosa tornou-se uma ação prioritária da Comissão Europeia na iniciativa Active and Healthy Ageing (European Commission, 2017), em que Portugal se insere.
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O projeto de investigação ESACA (Mendes & Pereira, 2017) constituiu-se como um projeto que visa dar resposta à problemática da queda, proporcionando bens e serviços futuros que correspondam às necessidades sentidas pelas pessoas idosas, famílias, cuidadores e instituições (sector público e social).
Este manual, Livro 1, foi elaborado no âmbito do projeto ESACA e propõe um conjunto de testes de aptidão funcional que avalia o perfil individual de risco de queda do idoso, incidindo nos fatores que potencialmente induzem a queda e a lesão. Os resultados destes testes permitem aferir, igualmente, a existência de fragilidades na pessoa idosa associadas a dependência na realização das tarefas da vida diária (Finlayson & Peterson, 2010; Rikli & Jones, 2013a; Rose, Lucchese, & Wiersma, 2006). O Livro 2 irá focar medidas preventivas de queda e recomendações a adotar em função dos resultados individuais obtidos nos testes e na sua sequente análise e interpretação.
O desenvolvimento e adaptação dos testes incluídos neste manual foi efetuado mediante uma pesquisa bibliográfica aprofundada e a investigação prévia dos autores, de onde se destacaram os trabalhos de Pereira et al. (2016) (Pereira, Baptista, & Cruz-Ferreira, 2016), e Pereira et al. 2014 (Pereira, Baptista, & Infante, 2014), Gill, et. (2013) (Gill, Murphy, Gahbauer, & Allore, 2013), Rikli and Jones (2013) (Rikli & Jones, 2013a) Rose et al. (2006) (Rose et al., 2006), Pluijim et al. (2006) (Pluijm et al., 2006), Luyat e Noel (2008) (Luyat, Domino, & Noel, 2008) e Noel et al. (2011) (Noel, Bernard, & Luyat, 2011). Este trabalho permitiu a seleção criteriosa e fundamentada dos testes e dos respetivos instrumentos de avaliação que mensuram os fatores de risco para a ocorrência de quedas. Deste modo, a análise dos resultados que a pessoa idosa obtém nos vários testes da aptidão funcional permitirá conhecer quais os fatores em que a pessoa apresenta fragilidade e, porque estes são passiveis de modificação (Chodzko-Zajko et al., 2009; Tinetti & Kumar, 2010), estabelecer um plano de intervenção direcionado para melhorar os parâmetros funcionais que mais contribuirão para o risco de queda aumentado.
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