[MOLÉCULAS NÃO EXISTEM - COLETIVOS NÃO EXISTEM]

Coletivos não existem, o Brasil não existe, a sociedade não existe. Assim como moléculas não existem. O que existem são átomos e indivíduos.

Arseneto de Gálio não é "uma coisa só". "Água" não é uma coisa só. Assim como "Brasil" ou "São Paulo" não são uma única coisa. Brasil, São Paulo e Arseneto de Gálio não existem na realidade. São apenas nomes criados para passar ideias mais complexas. São Paulo é uma posição geográfica delimitada artificialmente por políticos e processos históricos e geográficos. "São Paulo" não existe na realidade, é uma estrutura artificial. É apenas um nome, dado por alguém. Este nome, obviamente, não reflete ao que essa estrutura, embora artificial, realmente é. Quando nos referimos a "São Paulo" você não pensa em "João", "Maria", "Avelino". Quando pensamos em "São Paulo" temos uma ideia mental errada da realidade. Por isto eu desconsidero coletivos.

Muitas vezes, o "estupro" do significado das palvras, principalmente no que tange a "coletivos", levam as pessoas a terem uma ideia mental diferente da realidade.

Por exemplo:

Arseneto de Gálio é o nome que damos quando estamos com preguiça de falar "Arsênio e Gálio numa ligação covalente e ionica (prevalentemente covalente)". Digo ainda que o cristal de Arseneto de Gálio é quando temos essa estrutura períodica, repetida em uma determinada ordem. Em outras palavras, Arsênio e Gálio estão numa relação de troca natural de recursos (elétrons). Naturalmente, o Arsênio e o Gálio não possuem consciência, nem vontade, desejo.

A diferença entre o Brasil ou São Paulo e o Arseneto de Gálio é que o Arseneto de Gálio é uma estrutura que surge espontâneamente através do caos dos processos químicos e físicos. Caos que cria ordem. Cada elétron sabe bem para onde ir. GaAs é uma estrutura perfeitamente ordenada, átomo por átomo.

Já o "Brasil" (com o perdão de usar um coletivo), é uma estrutura desorganizada, que surge através da coerção estatal. Mas se você olhar para a realidade, verás que o que chamamos de "Brasil" não existe de facto. O que existe são individuos e uma tentativa de colocá-los sob a ordem de outros indivíduos. Mas, diferente do Arseneto de Gálio, os indivíduos possuem vontade, consciência e direitos. E é justamente o "passar por cima dos invivíduos" que torna o que chamamos de Brasil, desorganizado.

Se olharmos para o nosso Arseneto de Gálio, veremos que, na verdade, não se trata de uma coisa só. Mas sim duas. Gálio e Arsênio nunca perderam a sua individualidade. Eles ainda estão lá, separados (veja a foto que estou deixando em anexo).

Eu também não perdi a minha individualidade. Sou Avelino. Não quero ser colocado sob nenhuma estrutura com a qual eu não tenha concordado. Não sou uma peça, não sou um gado, não sou um átomo para ser colocado numa estrutura. Não devo ser sujeitado a vontade de uma maioria, pois, se olhar atômicamente, eu sou em natureza como qualquer outra pessoa. Quero dizer, com os mesmos direitos ou ainda, com as mesmas "propriedades".

Antes de mais nada, você tem o direito de permanecer nessa estrutura artificial, caso queira. Nesta estrutura que lhe suga as energias e não reconhece que você é você. Você é apenas mais um.

Eu quero sair desta cadeia, deste estado artificial, e me relacionar através de trocas voluntárias com quem eu julgar interessante. Conheço outras pessoas que querem o mesmo e penso que através da repetição deste processo caótico, anarquico, surgirá uma estrutura forte feito por átomos individuais, cristalina, pura, com ligações covalentes de benefício mútuo, que nenhuma estrutura artificial corrosiva, destrutiva e que cria desordem, poderá riscar ou destruir. Diferente da primeira estrutura, a estrutura da qual vos falo reconhece que você é um indivíduo e não "só mais um".

A estrutura da qual vos falo chama-se voluntarismo. E essa mesma estrutura é capaz de transformar grafite em diamante.

O que muda é apenas a forma como os indivíduos desta estrutura se relacionam.

Essa "estrutura", chame do que quiser, têm muitos nomes. O mais importante é que essa estrutura é natural.

Na imagem, um cristal de Arsênio e Gálio (respeitando os indivíduos) em orientação cristalina [100]. Compartilhando elétrons em uma troca voluntária e benéfica para ambos.