Ópio da nação! (Poema original)

Bom dia, partilho aqui mais um poema:

O que será a praga deste século?
Que é visual e torna o pessoal cego?

Televisão... amo-la mais do que o meu irmão.
É este o prazer que a vida me dá
olhar para uma caixa, aprisionado no sofá.

Já nem me levanto, correntes são o comando na mão
Vaguieo de estação em estação
no meu deus digital em alta defenição.

Plasma que espalma a Alma
do corpo, morto com a retina queimada.
Da minha boca escorre bába.
tenho o cérebro feito em pápa.

Visiono vidas alheias em horário nobre.
Escorre nas pupilas dilatadas
magoas afogadas do meu espirito pobre.

Fazer zapping
ver a novela e o sporting
Mass media
controla-me a vida
Mais viciante que uma seringa
contado ninguém acredita.

Fazer zapping
ver a novela e o sporting.
Já nem saio do cubico
nem vejo o quanto isso é ridículo
viver sem apanhar ar limpo
sou apenas mais um morto vivo.

É isto que eu quero, e isto que eu peço
ter entretimento fútil em excesso

Sinto-m realizado, ao ser anestesiado
e feito parvo, ainda digo obrigado.

Propaganda na residência, acolhida sem resistência.
Rouba vivência e troca-la por demência.

Se me chamam á atenção, acho que é um disparate
Pois estou bloqueado na televisão, a comer um big mac.

Fazer zapping
ver a novela e o sporting
Mass media
controla-me a vida
Mais viciante que uma seringa
contado ninguém acredita.

Fazer zapping
ver a novela e o sporting.
Já nem saio do cubico
nem vejo o quanto isso é ridículo
viver sem apanhar ar limpo
sou apenas mais um morto vivo.

Já nem sei quem sou... sou um robô
auto programado, o programa tá encriptado
no meu pensamento alugado.

E assim é no mundo denominado
de... mundo civilizado....

Obrigado pela atenção.

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