#FILMOTECA - Logan | PT

Prepare-se para ser surpreendido porque Logan é um comentário social violentamente niilista, às vezes bastante deprimente e também brutal, sobre o estado atual das coisas na América. Mas, mais importante, é a mais perfeita e emotiva ressonância possível para Hugh Jackman em seu desempenho final como personagem titular.



© 2017 Marvel © 2017 Twentieth Century Fox Film

A primeira cena em si lhe dá a percepção de que Logan é diferente de qualquer outro filme dos X Men e, na verdade, ao contrário da maioria dos outros filmes de super-heróis. O herói acorda em um carro que está sendo roubado por vândalos, mas ele parece velho e abatido e se esforça para dispor deles.

Um Logan mais jovem teria terminado os vândalos em dois segundos, mas desta vez ele se deixa espancar, quase como se quisesse a dor. Ver a figura amarga e esquelética de Jackman vivendo em uma pedreira empoeirada e isolada perto da fronteira com o México é uma reminiscência do cenário em Unforgiven. Percebemos que Charles Xavier (Patrick Stewart), que agora é muito velho e senil, está morando com ele em um espaço apertado, muito distante da mansão Xavier em que ele cresceu. Logan trabalha meio período como motorista de táxi para pagar a casa de Xavier e medicamentos. Está tudo sombrio como o inferno.



© 2017 Marvel © 2017 Twentieth Century Fox Film

As coisas só mudam para pior quando o esconderijo de Logan é atacado por um grupo de mercenários liderados por um Donald robótico armado (Boyd Holbrook) à procura de uma garota misteriosa com raiva chamada Laura (Dafne Keen), que pode ser um mutante de algum tipo. O filme, então, torna-se uma viagem por estrada, onde Logan tenta transportar a garota para um porto seguro, enquanto cuida de Xavier, que parece ter perdido o controle de seus poderes mentais.

Esta informação de que as coisas foram ruins para esses personagens é apresentada de uma forma implacavelmente sombria. É quase como se você estivesse assistindo algo definido na seção Juarez de Sicario . Depois, há a violência, que é espinhosamente viciosa, Logan faz pouco para se impedir de esfaquear as pessoas no rosto, cortar seus membros, decapitá-las ou empalá-las.



© 2017 Marvel © 2017 Twentieth Century Fox Film

Já passou algum tempo desde que vi um filme em que a violência provocou uma reação emocional, isto porque a violência não é glamourizada, mas usada como uma ferramenta para enviar a mensagem de que o derramamento de sangue e o assassinato são um ato repreensível.

Estas são pessoas desesperadas que vivem em tempos desesperados, e até mesmo Logan está cansado da desolação ao seu redor.



© 2017 Marvel © 2017 Twentieth Century Fox Film

Depois, há a dinâmica entre pai e filha entre Logan e Laura, que é simplesmente bela e também reminiscente do Exterminador do Futuro 2. O Logan fisicamente quebrado e emocionalmente quebrado é lidar com uma criança que parece enfrentar a mesma situação que ele, é um tema tão pesado que um filme de super-heróis poderia comportar, mas funciona apenas como uma narrativa magistral em vez de uma diatribe artificial.

Muito parecido com o Deadpool do ano passado, as sequências de ação são reduzidas em escala, por isso é uma boa mudança da configuração usual de construção sendo destruída. O que é mais é em 2D em vez de 3D, um movimento corajoso pelo estúdio especialmente desde que este é um filme de super-herói grande.



© 2017 Marvel © 2017 Twentieth Century Fox Film

Como um bônus, o diretor James Mangold, que é bem versado com faroestes (ele fez o excelente 3:10 para Yuma ) incorpora seu amor pelo gênero diretamente no coração do filme. E se seus dutos lacrimais tendem a se abrir facilmente, você pode querer levar alguns lençóis para o cinema e arrebentá-los no ato final, o que é um comovente adeus a dezessete anos do Wolverine que conhecíamos, mas também um olhar terno para o futuro, para a franquia.

Gênero: Ação, Drama, Sci-Fi
Exibição: 2017
8,1/10

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