Moro e a suspeição de parcialidade

O assunto do momento no Brasil, pelo menos na esfera política é a suspeição sobre o juiz Sérgio Moro de que ele teria sido parcial na condenação do ex-presidente Lula.

É óbvio que quando se fala de justiça, o que se espera em primeiro lugar é que todos os julgamentos sejam imparciais, e baseados apenas na letra fria da lei. Pelo menos essa é a teoria.

Mas na prática a gente sabe que ninguém é robô, nem mesmo os juízes que não passam de seres humanos. Mesmo que eles tentem a qualquer custo passar a imagem de imparcialidade perante a opinião pública, não é difícil perceber que isso não passa de uma fachada porque na prática não é assim.

Quando o julgamento é por exemplo de um cidadão comum em matéria penal, é óbvio que o juiz não tem muitos interesses pessoais nele a não ser apenas a sua vaidade de sair visto como um juiz que bem aplica a lei.

Porém quando o réu é um político, e muito mais ainda um ex-presidente da república, sinto muito, mas acho quase impossível um juiz ser 100% imparcial. Se você for de esquerda você vai sim terminar sendo mais complacente com um réu de esquerda, e se for de direita obviamente que vai tender a ser mais rigoroso na punição.

E o que eu acho disso tudo? Eu acho que sim, o Moro é de direita. Ele claramente simpatiza bem mais com essa vertente política e isso ficou mais evidente ainda quando ele assumiu o governo Bolsonaro. E agora então com esses vazamentos de gravações a coisa ficou ainda mais patente e até criminoso, ou seja, ele de certa forma auxiliou o Ministério Público no processo contra Lula, o que é vedado pela lei por motivos óbvios.

Eu só lamento uma coisa nesse episódio todo. É que quem deve estar feliz da vida com tudo isso são justamente os políticos corruptos, que mais que nunca estão vendo a lava-jato enfraquecida perante a opinião pública e voltando a vislumbrar a impunidade como regra no Brasil, pelo menos quando envolve os políticos. Muito triste.

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